domingo, 1 de março de 2009

Porque o carro no Brasil é tão caro?


O Brasil não é conhecido somente como um país com belas mulheres, belas praias e futebol, pois tem como destaque também os altos preços dos veículos em relação a outros países como Estados Unidos, México, Argentina e União Européia.
Uma vez que uma picape Toyota Hilux 4X2 cabine dupla, que custa R$ 73.766 no Brasil, a mesma picape é vendida por 88.100 pesos para os "hermanos argentinos", o equivalente a R$ 59.979. O Ford Edge, lançamento da Ford no Brasil, é ofertado no mercado brasileiro por R$ 149.700, mas no México é vendido por menos da metade do preço: 364.000 pesos, ou seja, R$ 59.282. E não pára por aí, diferenças ainda mais gritantes existem ao considerar Estados Unidos ou Europa.
Mas porque? A carga tributária é a grande vilã dessa história. No Brasil, Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) representam, em média, 30,4% do valor que chega ao consumidor brasileiro.
Em comparativo com outros países 30,4% é um assalto. Na Espanha, por exemplo, representa 13,8%; na Itália, 16,7% e nos Estados Unidos, 6,1%. Já os veículos importados de países sem acordo automotivo com o Brasil sofrem com a cobrança da alíquota de 35% (I.I.) sobre o valor do produto.
Entretanto, a carga tributária não é a única vilã dessa história. Também vão “no vácuo” outros fatores que exercem forte pressão sobre os preços dos carros. Assim podemos citar desde o valor da mão-de-obra até o desembaraço alfandegário, no caso da importação de produtos e peças e também o custo com logística principalmente no modal rodoviário, que é o mais usado no Brasil.
A escala de produção é outro fator que influencia os preços, já que quanto maior o volume fabricado, menores são os gastos. Ao comparar com Estados Unidos, China, Japão e Alemanha, a produção da indústria automobilística nacional é bem menor, com capacidade para 3,5 milhões de unidades por ano. Para ter idéia, somente em 2007, os Estados Unidos produziram 10,780 milhões de veículos.

Demanda em alta..


Fora custos e impostos mais elevados que em muitos mercados, há também a ação da lei da oferta e da procura: quando a demanda supera a oferta os preços sobem e vice-versa. E foi a explosão da demanda do mercado brasileiro que mais influenciou os preços dos produtos até setembro de 2008.
A farta oferta de crédito levou muitos consumidores às lojas. Com a produção no limite, autopeças, montadoras e concessionários puderam negociar com margem de lucro maior, já que chegou a faltar carro no mercado. Assim, os preços subiram e quem deixou para comprar o carro entre novembro e dezembro, quando a crise abalou o comportamento do mercado e o governo reduziu a cobrança de IPI, fez um melhor negócio. Sorte de quem tinha dinheiro!!
Essa e outras matérias desse BLOB também estão disponibilizadas no site: http://www.socarrao.com.br/
Abratz,
Diego

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